No teu poema

O princípio e o fim, as origens e a finalidade, o alfa e o ómega da Revelação de Deus, da História Humana e da Escritura tocam-se, de maneira plena e sublime, em Jesus de Nazaré. É este o olhar que a Andreia, participante do SCALA, nos dá na reflexão pessoal que fez. Numa escrita simples, mas bonita, cada linha é uma ponta por onde se desfia a Boa Notícia.

 

«Com Jesus. começa a ser-nos apresentada finalidade. Nele percebemos que o convite à vigilância que nos é feito (e que ele experimentou na pele) não implica apenas uma preparação para o momento final. Através dele percebemos que, para cumprirmos a finalidade para que fomos feitos, o convite é o de vivermos, desde já, de acordo com as exigências do reino de Deus.

 

Jesus vai, com a sua vida, mostrando que o tempo do cumprimento do reinado de Deus vai muito além do caráter cronológico que tendemos a dar à vida. Por isso, o último momento não está preso no futuro. O reino de Deus não virá num momento adiante, mas já está, com a sua justiça, a atuar na história, embora ainda à espera de consumação. Esse caráter definitivo e completo apenas nos foi revelado numa pessoa: Jesus Cristo. Contudo, continua à espera de se realizar plenamente em toda a humanidade. Em Jesus, a aliança com Deus não sofreu nenhuma ruptura. Deus é sempre fiel a esta aliança. E também o é Jesus. Com ele, podemos aprender a, de modo inteiro e verdadeiro, ser fiéis a esta aliança, a esta esperança.

 

Para participarmos nesta esperança com Jesus, é necessário que se faça como ele. Esta é uma esperança que implica arregaçar as mangas e meter mãos à obra. Se precisamos de nos fazer como Deus sonhou, se temos a esperança dessa realização vivendo ao jeito do reino de Deus, então precisamos de fazer mais do que calcular quando virá o reino. É necessário estarmos ‘vigilantes para descobrirmos e aceitarmos a presença operativa do Reino de Deus e da sua Justiça no meio de nós, para nos mantermos firmes na opção pelos valores absolutos do Reino, para não permitirmos que a nossa existência decorra à margem das exigências do Reino, à margem do seguimento de Jesus.’ (Diez, 2007)

 

Um mundo novo é anunciado e posto em marcha com Jesus. Se em Jesus não foi preciso haver um fim do mundo para se começar um mundo (de) novo, então não precisamos de ficar à espera que algo venha aniquilar tudo o que conhecemos. Há uma transformação a acontecer no mundo. Uma conversão do mundo àquilo para o qual foi sonhado. Deus salva o mundo. E começou a fazê-lo, com sucesso da parte da humanidade, em Jesus. A humanidade… foi com ela que a bondade original deu de si e rompeu. Mas sem ela nada feito. Por isso, a humanidade de Jesus é tão necessária para esta salvação. A humanidade é, de facto, o lugar no qual o reino de Deus atua e onde a sua justiça é progressivamente instaurada, até que, plenamente salvos, Deus possa ser tudo em todos.»

 

Andreia Gonçalves

 

 

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